Regressão e Progressão: Espelhando o Presente, Desvendando o Inconsciente
Holística 2005
Regressão e Progressão: Espelhando o Presente, Desvendando o Inconsciente
Holística 2005
Henrique Vieira Filho
CRT 21001
Terapeuta Holístico
Resumo
Por meio de relaxamento associado a induções verbais, conduz-se o Cliente a exercícios de imaginação no qual projete-se em diferentes contextos no tempo e espaço, proporcionando catarses emocionais que resultam em alívios, simultaneamente ao contato com novos insights, que traduzem-se em maior compreensão do presente.
Introdução
TERAPIA DE REGRESSÃO E PROGRESSÃO — técnica terapêutica que faz uso de diversos recursos de indução para conduzir o cliente a estados profundos de autoconsciência e, desse modo, induzir "insights" sobre a infância, a vida intra-uterina e a até mesmo transpessoais (informações além da personalidade e livres no tempo e espaço), com o aflorar de emoções reprimidas, lembranças traumáticas e sonhos (para serem trabalhados na Terapia Holística), além de despertar a sabedoria interior e intuitiva no cliente, capaz de orientá-lo na tomada de decisões ou, até mesmo, na resolução de suas questões, possibilitando desbloqueios e harmonia emocional.
Os conteúdos vivenciados durante o processo terapêutico devem ser elaborados conjuntamente pelo Cliente e pelo Terapeuta Holístico, o qual fará uso de aconselhamento, sendo este parte fundamental e integrante da terapia.
Realizada individualmente, utiliza tanto da Terapia Corporal, quanto do Relaxamento como introdução a estados profundos de auto-consciência e, desse modo, permitir o aflorar tanto de emoções reprimidas, lembranças traumáticas e sonhos (para serem trabalhados na Terapia Holística), quanto o despertar de uma sabedoria interior e intuitiva no cliente, capaz de orientá-lo na tomada de decisões ou, até mesmo, na resolução de questões de saúde.
A interpretação do material psíquico aflorado como sendo um fato real ou meramente símbólico é de exclusivo direito do cliente, que o fará de acordo com sua filosofia e crenças religiosas, jamais devendo o Terapeuta Holístico impor seu ponto de vista pessoal. Quer seja interpretado como fato concreto, quer seja considerado uma fantasia do inconsciente, tecnicamente, o que importa é que a vivência proporciona "insights" sob a forma de lembranças ou de imagens simbólicas a serem decifradas em conjunto pelo Cliente e Terapeuta Holístico, o que possibilita apreender na forma de síntese uma série de fatores até então não compreendidos, os quais, via aconselhamento, proporcionam ao Cliente condições de elaborar a vivência em autoconhecimento.
Material e Metodologia Definições: TERAPEUTA
HOLÍSTICO, em geral, procede ao estudo e à análise do cliente,
realizados sempre sob o paradigma holístico, cuja abordagem leva em
consideração os aspectos sócio-somato-psíquicos. Faz uso da somatória
das mais diversas técnicas, pois cada caso é considerado único e
deve-se dispor dos mais variados métodos, para possibilitar a opção por
aqueles com os quais o cliente tenha maior afinidade: promove a
otimização da qualidade de vida, estabelecendo um processo interativo
com seu cliente, levando este ao autoconhecimento e a mudanças em
várias áreas, sendo as mais comuns: comportamento, elaboração da
realidade e/ou preocupações com a mesma, incremento na capacidade de
ser bem-sucedido nas situações da vida (aumento máximo das
oportunidades e minimização das condições adversas), além de
conhecimento e habilidade para tomada de decisão. Avalia os
desequilíbrios energéticos, suas predisposições e possíveis
consequências, além de promover a catalização da tendência natural ao
auto-equilíbrio, facilitando-a pela aplicação de uma somatória de
terapêuticas de abordagem holística, com o objetivo de transmutar a
desarmonia em autoconhecimento. PSICOTERAPEUTA
HOLÍSTICO — procede ao estudo e à análise do cliente, realizados sempre
sob o paradigma holístico, cuja abordagem leva em consideração os
aspectos sócio-somato-psíquicos. Atua dentro de uma proposta de
transcendência dos limites da personalidade, conectando o cliente
consigo mesmo, trazendo à consciência aspectos de seu "eu" mais
profundo, integrando-o, ainda, com seu próprio corpo, sociedade e
universo; as sessões são realizadas individualmente ou em grupo,
utilizando técnicas tais como terapia corporal, relaxamento, terapia
transpessoal, neurolinguística, parapsicologia, regressão, terapia
floral, vivências, dentre outras, como forma de introdução a estados
profundos de autoconsciência e, desse modo, permitir o aflorar tanto de
emoções reprimidas, lembranças traumáticas e sonhos (para serem
trabalhados na Terapia Holística), quanto o despertar de uma sabedoria
interior e intuitiva no cliente, capaz de orientá-lo na tomada de
decisões ou, até mesmo, na resolução de questões de saúde. CLIENTE
— usuário de serviços de Terapia Holística, em pleno gozo de suas
faculdades mentais que, a seu juízo, ou, quando for o caso, mediante
autorização de seu representante legal, aceita a prosposta de trabalho
terapêutico apresentada pelo profissional. PARAPSICOLOGIA:
estudo de uma série de fenômenos psíquicos, fisiológicos e físicos,
inabituais, ainda não explicáveis pelas leis naturais conhecidas, os
quais comumente, atuam como que dotados de intencionalidade e
inteligência. Linha terapêutica que trabalha especificamente os
chamados fenômenos paranormais, tais como, desdobramento consciente
("viagem astral"), regressão a vidas passadas, "poltergeist", possessão
e similares. VIVÊNCIAS:
realizadas individualmente ou em grupo, utiliza tanto da Terapia
Corporal, quanto do Relaxamento como introdução a estados profundos de
auto-consciência e, desse modo, permitir o aflorar tanto de emoções
reprimidas, lembranças traumáticas e sonhos (para serem trabalhados na
Terapia Holística), quanto o despertar de uma sabedoria interior e
intuitiva no cliente, capaz de orientá-lo na tomada de decisões ou, até
mesmo, na resolução de questões de saúde. RELAXAMENTO:
vários métodos são utilizados para a obtenção de uma relaxação muscular
e psíquica, dentre eles a Terapia Corporal, a Musicoterapia, a
Cromoterapia, a Cristaloterapia, a Acupuntura e a sugestão verbal. "INSIGHT":
termo utilizado na terapia junguiana e transpessoal — "lampejos"
repentinos de uma consciência maior (quer seja sob a forma de
lembranças ou de imagens simbólicas a serem decifradas) que possibilita
apreender na forma de síntese uma série de fatores até então não
compreendidos. TERAPIA
TRANSPESSOAL: a proposta é a transcendência dos limites da
personalidade, conectando o cliente consigo mesmo, trazendo à
consciência aspectos de seu "eu" mais profundo, integrando-se, ainda,
com seu próprio corpo, sociedade e universo. ACONSELHAMENTO:
processo interativo, caracterizado por uma relação única entre
Terapeuta Holístico e cliente, levando este ao autoconhecimento e a
mudanças em várias áreas, sendo as mais comuns: comportamento,
elaboração da realidade e/ou preocupações com a mesma, incremento na
capacidade de ser bem-sucedido nas situações da vida (aumento máximo
das oportunidades e minimização das condições adversas), além de
conhecimento e habilidade para tomada de decisão. O Aconselhamento é
parte integrante do trabalho de todo verdadeiro Terapeuta Holístico,
independentemente de quais outros métodos adote. O
consultório deve estar aparelhado para proporcionar temperatura
ambiente adequada ao conforto da pessoa atendida, luz amena,
minimização de ruídos, bem como privacidade, inclusive do Cliente para
com o Terapeuta Holístico. Procedimento em primeira consulta: Avaliar pré-requisitos e inadequações: Idade
mínima do cliente: 18 anos; excepcionalmente poderão ser aceitos
clientes entre 14 a 18 anos, somente se houver autorização escrita de
pelo menos um dos pais ou responsável legal e o TH avaliar como
adequada a maturidade emocional do candidato; a autorização deve
permancer guardada junto à ficha do cliente. Inadequações:
imaturidade emocional (a ser detectada pelo TH), gravidez, deficiência
mental, problemas cardíacos, neurológicos e psiquiátricos
(diagnosticados pelo médico responsável pelo cliente). Explicar
o processo em detalhes e certificar-se de que seu cliente compreendeu a
proposta terapêutica, em especial: quanto à duração e continuidade do
trabalho; que é um método terapêutico e que se a motivação do cliente
for a mera curiosidade deve desistir da proposta. Procedimento para as demais sessões: Após a 2a consulta já pode ser praticadas as técnicas específicas da Terapia de Regressão e Progressão. Cada consulta terá a duração mínima de uma hora e peridiocidade semanal, cabendo ao Terapeuta Holístico avaliar exceções. Aplicar
ênfase ao Aconselhamento para que o Cliente elabore o conteúdo
vivenciado durante o processo, conduzindo este ao autoconhecimento. O
estado de relaxamento é fator determinante a facilitar os demais
procedimentos e pode ser induzido por diversos meios, tais como a
música, sugestões verbais, terapia corporal, etc, ou mesmo a somatória
destes recursos. Fisica e mentalmente relaxado, o Cliente está mais
propício ao livro fluxo de associação de idéias, pensamentos e
imaginação. Regressão: Para
os Clientes que trazem à terapia informes de traumas, estes podem
servir de ponto focal para o exercício de imaginação, no qual o
Terapeuta Holístico induzirá verbalmente a uma "volta" a estas
ocorrências significativas, para que as RE-vivencie em ambiente
"protegido" de consultório, sendo estimulado a que exteriorize toda a
gama de emoções relacionadas. Por
sua vez, existe Clientes que não trazem à terapia informações de
origens de seus traumas, o que pode ser contornado induzindo-o
verbalmente a que "viage" imaginativamente "voltando no tempo" até o
momento de origem do problema. Em alguns casos, artifícios imaginativos
podem ser aplicados, tais como, por exemplos, a imagem de um relógio
cujos ponteiros girem no anti-horário, calendários com dias, meses e
anos retrocedendo e outras adaptações personalizadas que evoquem a
idéia de "viagem no tempo"... Quando
bem sucedido o procedimento, manifestará uma catarse, expurgando
sentimentos reprimidos, trazendo-os à consciência e exteriorizando-os,
comumente em "explosões" emotivas, tais como raiva, tristeza, que devem
ser acolhidas pelo Terapeuta Holístico, que prestará amparo e atenção
ao Cliente. Ainda
que a catarse, por si só, produza inúmeros benefícios (sensações de
alívio e bem-estar, que se traduzem nos aspectos físicos-psíquicos), o
processo terapêutico tem sua continuidade com Cliente e Terapeuta
Holístico interpretando conjuntamente as informações afloradas, ou
seja, exercita-se o ACONSELHAMENTO para que o conteúdo vivenciado seja
traduzido para o momento presente, ampliando-se o autoconhecimento e,
com isso, a capacidade de ser bem-sucedido nas situações da vida
(aumento máximo das oportunidades e minimização das condições
adversas), além de conhecimento e habilidade para tomada de decisão. Progressão: Para
a Progressão, ainda que os procedimentos sejam os mesmos descritos
acima (adaptando-se, é claro, o sentido dos artifícios do relógio e
calendário a que "avancem no tempo"...), via de regra, ocorre
espontaneamente durante as vivências, mas igualmente pode ser induzida,
sendo aplicável para casos em que o Cliente esteja sofrendo com as
possíveis repercussões futuras de suas decisões (ou falta destas...),
comumente gerando ansiedades e temores. Resultados Superando-se
os preconceitos, curiosidades e até temores, propagados popularmente
sobre tais técnicas, a Regressão induzida mostrou-se mais rápida em
trazer à consciência as possíveis origens dos traumas, quando comparada
à associação livre freudiana, além de produzir catarses muito mais
intensas. A
Progressão mostrou-se ferramenta eficaz em maximizar a capacidade dos
Clientes em tomar decisões, possibilitanto viagens imaginativas sobre
variadas "linhas do tempo" alternativas, geradas a partir das diversas
opções de ação cogitadas. Em muitos casos, as "previsões" projetadas no
futuro imaginário produziram insights que geraram soluções não cogitadas a princípio pelos Clientes. Discussão Experiências
de Freud são utilizadas como argumentos contra e também a favor das
técnicas regressivas. Nos primórdios da Psicanálise, aplicou-se a
hipnose para induzir os clientes a revivenciar momentos traumáticos,
sob o pressuposto de que tal catarse produziria a superação dos efeitos
do trauma. De fato, bons resultados foram obtidos; contudo, Freud optou
por abrir mão dos métodos hipnóticos, substituindo-os pelo divã, para
que o Cliente, em uma posição confortável, fizesse um esforço para
lembrar os traumas que estariam na origem de seus problemas. Com o
Cliente relaxado, Freud conduzia uma livre associação de idéias,
através da qual terminava por encontrar lembranças "recalcadas" e que
eram, em tese, a causa de seus distúrbios. Assim
sendo, de acordo com a conveniência de quem historeia, utilizam o Pai
da Psicanálise tanto para argumentar que as técnicas regressivas por
indução verbal "direta" estariam ultrapassadas, quanto para alegar que
ele era adepto e que teria continuado, caso conhecesse outras formas
diferentes da hipnose para atingir o objetivo. De
fato, a "aura mística" associada ao hipnotismo pode ter sido um dos
fatores que mais contribuiram a que Freud o abandonasse, já que
anseiava a que a Psicanálise fosse aceita nos meios "científicos"... A
partir dos anos 70, com o movimento de contra-cultura, a revalorização
das filosofias orientais, o crescente interesse pelo esoterismo,
gerou-se tamanho movimento (a chamada "revolução aquariana"...) que
igualmente repercutiu na Terapia Holística, com a integração de "novas"
técnicas nascidas da adaptação miscigenada de rituais religiosos de
rememorização de "vidas passadas", com as pesquisas investigativas de
casos sugestivos de reencarnações e a retomada das primeiras linhas da
psicanálise, o que incluia até a hipnose regressiva. Alvos
de grande curiosidade por parte do público e veículos de comunicação, a
popularização da proposta gerou várias correntes divergentes, muitas
das quais "pecaram" ao permitir que a crença religiosa/filosófica de
seus defensores influenciasse diretamente na interpretação dos
conteúdos vivenciados. Uma
das linhas mais conhecidas, é a chamada TVP – Terapia de Vidas
Passadas, a qual, já a partir do nome, demonstra que o profissional
assume equivocadamente para si próprio, o papel que só compete à
religião/filosofia particular de cada Cliente, ou seja, definir que
existe reencarnação... Na prática, tal posicionamento em nada
beneficiou aos resultados terapêuticos, além de ferir,
desnecessariamente, a crença de muitas pessoas, que de pronto se
afastam desta forma de terapia. Outro fator que diminui a eficácia da
proposta foi a tendência de muitos dos praticante da técnica em
contentar-se apenas com a catarse, pressupondo que o alívio decorrente
do "descarrego" das emoções reprimidas era o fim em si da terapia,
quando na verdade, está mais para o primeiro passo, visto que sobre o
material aflorado, muito há o que se compreender e utilizar como fonte
para autoconhecimento e, especialmente, em como transmutar a vivência
em conteúdo útil ao PRESENTE. Em
muitas vertentes dessa linha terapêutica, os resultados pareciem
afastar ainda mais os Clientes de confrontar com seus reais traumas,
servindo equivocadamente para justificá-los e até reforçá-los, passando
a ser interpretados como inevitáveis e consequências de "lei da causa e
efeito". Um
exemplo baseado em caso real: " _ Meu relacionamento com meu marido é
muito ruím, mas tenho que me conformar, pois em outra vida, eu o
prejudiquei terrivelmente e agora, é minha vez de sofrer as
consequências"... Tal dedução seria bastante razoável se originada na
religião; contudo, ela foi gerida em consultório terapêutico, por meio
de técnicas regressivas... Por meio desta "racionalização", a pessoa em
questão procurou tornar "o inaceitável mais aceitável". Enquanto
obstáculo ao crescimento, a Racionalização dificulta à pessoa aceitar a
realidade e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, o que
poderia reverter o sofrimento em que vive. "Racionalização
é o processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é
logicamente consistente ou eticamente aceitável para uma atitude, ação,
idéia ou sentimento que causa angústia. Usa-se a Racionalização para
justificar comportamentos quando, na realidade, as razões para esses
atos não são recomendáveis". Nada
justifica, no contexto terapêutico, de buscar-se especificamente em
"vidas passadas" as respostas aos problemas do presente; pode sim, ser
uma alternativa, mas jamais a opção única... Se a vivência,
espontaneamente, traduzir-se em "insights" transpessoais (informações
além da personalidade e livres no tempo e espaço), tais como
experienciar personagens e até épocas distintas da que se tem
consciência, é natural e certamente trará ricos materiais a serem
trabalhados em terapia. Porém, induzir especificamente a "viagens"
antes do período da concepção (claro, salvo honradas exceções...), pode
ser fruto de entusiamo exarcebado pela própria filosofia/religião, ou,
até mesmo, simples concessões à curiosidade, nem sempre sadia... Muito mais ético e adequado é que o Terapeuta Holístico trabalhe o conteúdo aflorado, da mesma forma que trabalharia ossonhos (a
psicanálise Junguiana, os pós-junguianos e a Psicoterapia Transpessoal
fornecem excelentes subsídios para esta finalidade) e essa premissa é
aplicável tanto para conteúdo transpessoal, quanto para visualizações
de momentos traumáticos situados na vida "atual". Esta postura permite
ao profissional trabalhar, independentemente de ser o material
aflorado, um FATO em si, ou uma visão simbólica projetada, o nírica.
Compete EXCLUSIVAMENTE ao Cliente ter para si, se o que vivenciou
realmente ocorreu, ou não; se é "vida passada", ou não; e até mesmo
manter-se "neutro" quanto a quaisquer destas hipóteses. O que realmente
importa é obter-se um aprendizado APLICÁVEL em seu presente, que amplie
seu autoconhecimento e, consequentemente, sua Qualidade de Vida. A
análise trabalha com a realidade que o Cliente "sente" e traz nas
sessões. Se ele experiencia uma dor referente a um "fato" da infância,
porém essa história nunca ocorreu explicitamente, para a terapia de
regressão é pouco relevante, pois, o que conta é que existe um
"registro" disso e que gera sequelas ainda atuantes no presente do
Cliente. Esse "fato" assume importância real e precisa ser trabalhado
nas sessões, independente de sua veracidade ou não. O mesmo raciocínio
se aplica ao conteúdo transpessoal: se o Cliente vivenciar a si mesmo
como "outra pessoa", quem sabe até em "outras épocas",
independentemente de crenças pessoais, a terapia sempre trabalhará o
conteúdo como sendo uma projeção. "Projeção:
O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades,
sentimentos ou intenções que se originam em si próprio, é denominado
projeção. É um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da
personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o
meio externo. A pessoa com Projeção pode, então, lidar com sentimentos
reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a idéia ou
comportamento temido é dela mesma". Um
exemplo, baseado em caso divulgado em um programa televisivo de grande
popularidade: a pessoa sofria de fortes dores de cabeça; participou de
uma terapia regressiva e viu-se na Idade Média, em uma masmorra, sendo
torturada com uma morsa que gradativamente lhe apertava o crânio. Após
a cartarse, com a explosão de emoções que a vivência ocasionou, as
dores cessaram. Cliente e profissional satisfeitos, deram por encerrada
a terapia... Uma crítica construtiva cabe a este procedimento, pois ao
invés de contentar-se com a simples remissão do sintoma da dor,
poderiam ter sido mais ambiciosos na proposta terapêutica e investigar
mais profundamente a questão. Independente de ser ou não "vida
passada", a dor está no presente... e isto significa que ela AINDA está
em uma "câmara de tortura"... seria sua vida familiar ? seu trabalho ?
tudo isso junto ? outra hipótese não tão previsível ? Toda a história
aflorada por meio da vivência poderia (deveria...) ser aprofundada, o
que pode ser trabalhado com técnicas de associação de idéias, que pode
ser realizada na versão "clássica" e/ou sob relaxamento, retomar a
vivência e aprofundar-se gradativamente, em sessões seguintes. "Associações
de Idéias: são um Processo intelectivo segundo o qual a mente humana, a
partir de uma idéia inicial (indutora), é imediatamente levada a
suscitar uma outra, isto em razão de alguma "conexão natural" existente
entre ambas. A idéia indutora pode ser representada no caso, tanto por
uma palavra, como por um objeto, uma imagem, ou mesmo uma emoção (da
qual o sujeito toma consciência) cujo simples aparecimento na mente é
suficiente para despertar uma segunda idéia, e esta uma terceira, e
assim por diante, num processo praticamente sem limite e no qual,
conforme a expressão popular, uma coisa puxa a outra." Toda
a discussão aqui exposta sobre a Regressão é igualmente aplicável para
a Progressão. Da mesma forma que espelhamos nosso presente
imaginativamente em tempo passado, igualmente podemos projetar para o
futuro. Este procedimento é particularmente útil a auxiliar o Cliente
na tomada de decisões presentes, já que possibilita ao mesmo, criar
mentalmente as possíveis consequências de suas atitudes atuais. Temática
amplamente explorada na ficção científica, é como se existisse
incontáveis futuros alternativos, "linhas do tempo", nas quais o
indivíduo transitaria consequentemente às escolhas e atitudes do
presente. Em
minha prática de consultório, o exercício imaginativo em direção a um
futuro hipotético inicia-se sobre uma premissa, comumente, as possíveis
consequências geradas a partir de uma escolha presente. Por exemplos:
mudar ou não de emprego, casar ou não, separar ou manter o casamento,
opções de carreira, dentre as mais comuns ansiedades trazidas em
consultório... A proposta é possibilitar ao Cliente, "vivenciar" o que
seu inconsciente projeta para o futuro, de acordo com cada escolha
possível. Continuando os exemplos: uma projeção de como será o seu
dia-a-dia daqui a 1, 2, 3, 4, 5 anos, continuando no emprego atual...
Depois, o mesmo exercício imaginativo futuro, perante a opção de
demitir-se no presente... O mesmo procedimento nas progressões:
casado... ou descasado... E assim, caso a caso. Algumas idiossincrasias observados nos procedimentos que envolvem a Progressão: Ao
contrário do que ocorre em exercício imaginativos em direção ao
passado, o nde espontaneamente surgem vivências passíveis de
interpretação (critério exclusivo do Cliente...) como "vidas passadas",
nunca encontrei um caso em que alguém experienciasse uma situação de
"vidas futuras"... Clientes
praticantes de técnicas de mentalização consciente para "programar seu
futuro", comumente se surpreendem com grandes discrepâncias entre o
ideal que conscientemente planejam e aqueles traduzidos pelo
inconsciente, nas vivências progressivas; por sinal, via de regra,
estes é que se "concretizam" na prática... Conclusões A
vinculação desnecessária ao misticismo e religiosidade é um obstáculo
ao desenvolvimento das técnicas vivenciais. O Terapeuta Holístico, ao
abster-se de posicionamento pessoal, mantendo a neutralidade necessária
e respeitando o direito do Cliente em considerar o material aflorado
como fato, ou como exercício de imaginação, tem na Regressão e
Progressão uma excelente ferramenta terapêutica, capaz de acelerar o
processo de autoconhecimento e em transmutar os desconfortos em mais
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