FLORAIS DE BACH: Um ensaio de atendimento terapêutico

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30/05/2007 14:23

FLORAIS DE BACH: Um ensaio de atendimento terapêutico


Enquanto nossas Almas estiverem em harmonia com nossas personalidades,
tudo será alegria e paz, felicidade e saúde.

O conflito surge quando nossas personalidades são desviadas do caminho estabelecido por nossas almas,
seja por causa dos nossos desejos terrenos, seja pela persuasão de outras pessoas.

(Edward Bach, 1991, 64)

AGRADECIMENTOS

Ao SINTE, que me proporcionou o acesso a esse conhecimento;

Ao docente Henrique Vieira Filho, por sua dedicação e seriedade;

A todos autores e autoras citados na bibliografia, que enriqueceram meu aprendizado em aula;

Aos meus clientes, que confiam em minha capacidade de trabalho e incluíram a terapia floral em seus atendimentos, dando-me constantemente retorno sobre os resultados em curso;

Especialmente a Maria e a Joana, clientes, que cederam os dados para os estudos de caso.

SUMÁRIO

FLORAIS DE BACH: UM ENSAIO DE ATENDIMENTO TERAPÊUTICO

Eulalia Fernandes

Resumo:

O trabalho apresenta um breve estudo sobre a terapia com Florais de Bach, complementado pela abordagem dos cinco movimentos chineses. Os estudos foram desenvolvidos tomando como base aulas do curso e pesquisa bibliográfica, cuja visão geral é apresentada na fundamentação teórica. São apresentados dois estudos de caso de clientes que estão sendo acompanhados semanalmente e são feitas as descrições e análise do acompanhamento terapêutico, bem como indicadas as recomendações complementares. As conclusões mais significativas indicam que a terapia feita através das recomendações dos florais exige uma atenção continuada e permanente por parte do terapeuta, pois as alterações de estados emocionais se fazem, muitas vezes, semanalmente, exigindo mudanças constantes para a eficácia dos atendimentos. Isto posto, entendemos a terapia floral como uma dos principais suportes de atendimentos da terapia holística.

1. INTRODUÇÃO

O pensamento ocidental de interpretação do ser humano contemplou, nos seus mais diversos enfoques, uma visão voltada para o racionalismo, segundo a qual tratar da saúde e da qualidade de vida, por exemplo, representava saber "decodificar a máquina humana" em seus mais variados aspectos. Em outros termos, significava restringir-se a tratar do corpo humano, dos sistemas que compõem a matéria física em suas particularidades e especialidades.

Nos últimos anos, no entanto, particularmente na última década, estudos e pesquisas têm-se voltado para outros saberes e a própria ciência, no ocidente, passou a buscar entender o homem sob vários outros aspectos. Esta nova lógica de interpretação está, finalmente, em desenvolvimento, sob a responsabilidade de todos os estudiosos que, nos diversos campos do saber, buscam referir-se às questões que envolvem o desenvolvimento humano em suas diversas facetas, sejam elas da área científica, tecnológica ou das ciências humanas. A terapia holística, campo em que se inserem as investigações deste trabalho, inclui-se entre estas novas formas de interpretação do universo humano. Particularmente, visa buscar a saúde e a qualidade de vida contemplando o ser humano como um todo, que é o que representa o termo holístico, do grego oloV (holos). Assim, "uma visão holística do homem é uma visão que se refere ao conjunto, ao todo, em suas relações com as partes, à inteireza de todos os seres" (WEIL, 1991).

Pautando-se nestes princípios e sem a intenção de substituir os métodos tradicionais, este trabalho propõe apresentar possibilidades de descrever, analisar e cuidar de desequilíbrios energéticos, que é a forma pela qual a terapia holística busca entender, restaurar ou preservar a saúde e a qualidade de vida dos seres humanos, animais e plantas. Para alcançar este objetivo, pretendemos apresentar um estudo sobre a terapia com Florais de Bach, através de uma breve apresentação teórica e a descrição de dois estudos de caso.

O trabalho apresenta, como estudo complementar, uma pesquisa sobre os movimentos chineses e temos como finalidade ilustrar como esse conhecimento pode tornar-se um significativo instrumento auxiliar para o terapeuta em seus atendimentos.

Diante dos estudos realizados, em termos de nossa atuação profissional, entendemos que a Terapia Floral pode tornar-se terapia básica ou complementar a qualquer terapeuta holístico e passou a tornar-se cotidiana em nossa atuação profissional. Temos observado o quanto a inclusão deste procedimento tem sido bem aceita pelos clientes e os resultados dessa comunhão terapêutica se faz sentir de modo bastante eficaz.

Para apresentarmos nosso estudo, dividimos a dissertação em itens que obedecem aos pressupostos ditados pelas diretrizes do curso, subdividindo, quando necessário, em subitens que componham melhor a distribuição de seu conteúdo. Assim, o primeiro capítulo é composto por esta introdução; o segundo capítulo versa sobre o material e a metodologia adotados para o desenvolvimento do trabalho, apresentando 3 subdivisões: instrumental teórico e dados, fundamentação teórica, estudos de caso. O terceiro capítulo apresenta os resultados dos estudos de caso, identificando as questões mais significativas que abordam a tereapia com os clientes analisados; o quarto discute os resultados; o quinto apresenta as conclusões e, finalmente, no sexto, são feitas as referências bibliográficas. Não há apêndices e anexos, pois consideramos mais adequado apresentar a descrição dos casos e os atendimentos no próprio corpo do trabalho, sob o subtítulo "Estudos de caso".

2. MATERIAL E METODOLOGIA

A metodologia que sustenta nossos estudos e pesquisas apresenta-se sob a forma de estudos teóricos e levantamento de dados em dois clientes que serviram como informantes dos estudos de caso.

2.1. Instrumental teórico e dados

As fontes consultadas foram eminentemente as aulas dadas no curso, o livro texto do docente (Vieira Filho, 1994) e pesquisas nos livros por ele indicados, especificamente Bach (1991), Weil (1991), Jung (2001) e Hirsch (2003). Pesquisas na internet também foram efetuadas. Estas fontes são indicadas na bibliografia e atuaram diretamente na constituição do corpus teórico e da análise dos dados.

Os estudos de caso foram realizados pela observação direta em dois clientes que cederam os direitos de descrição, levantamento de dados e análise dos resultados. O levantamento de dados foi realizado através de um relato sobre o perfil dos clientes, inicialmente sob sua própria perspectiva e, em seguida, sob a nossa visão terapêutica. Em seguida, são apresentadas as sessões terapêuticas e relatados os atendimentos com as recomendações de florais, passo a passo. Finalmente, há uma abordagem do estudo complementar sobre os cinco movimentos chineses, aplicados às observações sobre estes clientes.

2.2. Fundamentação teórica

2.2.1. Aspectos gerais

Segundo Jung (2001,24),

A ciência não é um instrumento perfeito, mas nem por isso deixa de ser um utensílio excelente e inestimável, que só causa dano quando é tomado como um fim em si mesmo. A ciência deve servir e erra somente quando pretende usurpar o trono. Deve, inclusive servir às ciências adjuntas, pois devido a sua insuficiência, e por isso mesmo, necessita de apoio das demais. A ciência é um instrumento do espírito ocidental e com ela se abrem mais portas do que com as mãos vazias. É a modalidade da nossa compreensão e só obscurece a vista quando reivindica para si o privilégio de constituir a única maneira adequada de apreender as coisas.

Este enfoque sobre a visão do científico e do homem impulsiona os aspectos teóricos fundamentais deste trabalho. Colocarmos a ciência ao lado e não adiante nem atrás na análise do conhecimento do homem é, a nosso ver, cumprir adequadamente a função de prestigiar o enfoque holístico sobre as questões universais. É, assim, agrupar, nas palavras de Weil (1990, 27), os quatro campos do conhecimento moderno (arte, religião, ciência e filosofia), através da transdisciplinaridade.

Sob estas bases, ainda contemplando a visão de Weil (id.ib., 27 e 36), é possível reunir as funções psicológicas no plano individual, através de terapias ocidentais e orientais e admitir uma abordagem holística do real através:

a) da transformação individual graças à identificação e à dissolução dos obstáculos do plano humano;

b) do fornecimento de um apoio para a transformação cultural no plano da sociedade a partir de uma harmonia entre o homem e todos os outros seres;

c) do retorno a uma relação harmoniosa com a natureza e o universo em geral.

É sob esta visão que vemos enquadrar-se o terapeuta holístico. Sua formação deve estar fundamentada na busca por um profundo estudo sobre a natureza humana e, segundo Bach (2001, 52), deve estar voltado para uma grande percepção do puro e do perfeito, buscando uma compreensão do estado divino do homem e o conhecimento de como assistir àqueles que sofrem, de modo que possam harmonizar a personalidade com a alma. Para alcançar este objetivo, o trabalho do terapeuta junto a seu cliente é o de perceber continuamente o conflito mental mais evidente e buscar os recursos que possam ajudá-lo a superar este estado e, ao mesmo tempo que estimula a sua coragem de recuperar-se, deixar que a força interior do próprio cliente atue sobre ele mesmo pois "todo verdadeiro conhecimento vem apenas de dentro de nós mesmos, através da comunicação silenciosa com a alma" (id. ib., 115 e 197).

Todas essas questões que tratam direta ou indiretamente da busca pelo conhecimento de si mesmo encontram, na terapia holística, uma força complementar para a transmutação de estados energéticos que são a sede do equilíbrio interior. O ser humano, como tudo na natureza é composto de energia e, por isso, está em constante troca com o ambiente que o cerca. Os padrões energéticos tanto do indivíduo quanto do ambiente que o cerca influenciam-se mutuamente podendo provocar tanto desarmonia e conflito quanto harmonia e desenvolvimento interior. Os corpos mais sutis, responsáveis pelos padrões dos níveis mental e emocional funcionam em constante mutação, o que provoca uma constante transformação da energia. O que determina a qualidade dessa transformação é a qualidade dos pensamentos e das emoções geradas pela pessoa. Assim, a terapia holística procura recursos que ajudem os indivíduos no resgate ou na manutenção de padrões energéticos mais harmônicos que possam beneficiar e facilitar a recuperação ou manutenção do equilíbrio interior.

É neste sentido que se destaca, entre outras, a Terapia Floral, objeto de nosso estudo.

2.2.2. A Terapia Floral

As essências florais possuem características energéticas específicas que podem influenciar os padrões energéticos das pessoas que as utilizam. Por serem energeticamente muito sutis, ajudam o ser humano a sintonizar-se ou harmonizar-se com as características que as compõem. Segundo Bach (2001, 110),

Cada flor corresponde a uma qualidade e seu propósito é fortalecer essa qualidade, de modo que a personalidade possa eliminar a falha que é a causa particular do bloqueio.

Segundo Bach, tudo o que o terapeuta tem a fazer, portanto, é observar o que está errado na natureza do cliente e recomendar a essência correspondente a este desequilíbrio (id.ib., 126). Outro aspecto fundamental a ser observado é o de que o desequilíbrio de antes não deve ser levado em conta em relação ao desequilíbrio de hoje. Em outros termos, o que interessa investigar é o estado atual do cliente, exatamente como se apresenta a cada sessão terapêutica. Nestes termos, "quando o vemos e mesmo que o vejamos novamente numa semana vindoura, ele será outra vez um novo cliente" (id.ib., 190), pois os estados emocionais mudam constantemente e cabe ao terapeuta atuar sobre os estados atuais, sempre novos e não sobre etapas passadas, muitas vezes, já vencidas. Assim, o terapeuta acompanha a busca do conhecimento interior do seu cliente e ajuda-o a harmonizar-se, renovando-se dia-a-dia.

De acordo com o estado particular em que se encontra o cliente no decorrer dos atendimentos, desenvolve-se uma postura emocional e mental definida que, conseqüentemente, provoca resultados sobre ele mesmo e tudo que o cerca. Este estado mental e emocional é que aponta ao terapeuta a causa real do problema que provoca o desequilíbrio energético e é a chave para a atuação terapêutica bem sucedida.

Um outro lado da questão a ser abordado refere-se aos problemas físicos. Tomando como base que o corpo físico apenas reflete o estado dos centros energéticos, ele materializa desequilíbrios através de problemas físicos. Por isso, segundo Bach (1191, 61),

...mesmo que o tratamento material seja aparentemente bem sucedido, isso não é nada mais do que um alívio temporário, a menos que a verdadeira causa seja eliminada. Em muitos casos, a recuperação aparente é prejudicial, uma vez que oculta a verdadeira causa do problema e, na satisfação da saúde aparentemente renovada, o fator real, ao passar despercebido, pode ganhar força.

A terapia com florais não só atua no sentido da recuperação e resgate de um desequilíbrio energético que causa um mal físico como previne a materialização no corpo físico de desequilíbrios energéticos em formação. Deste modo, não só orienta o terapeuta no tratamento a ser dado a um problema físico que se já apresenta, como também avisa com antecedência da possibilidade de um desequilíbrio em formação, permitindo impedir que venha a se manifestar (id.ib., 175)

A Terapia Floral é, portanto, um importante instrumento terapêutico em si mesmo, mas é também um recurso que se presta como complemento a qualquer terapia holística ou mesmo a métodos terapêuticos da medicina tradicional.

Assim como a Terapia Floral, outros recursos visando a uma visão holística do homem podem ser enumerados neste trabalho e escolhemos, como complementação, um estudo de base oriental, para exemplificarmos a concretização dos dizeres de Weil (cf. item 2.2, p. 9), que afirma ser possível reunir as funções psicológicas do plano individual, através de terapias ocidentais e orientais para admitir uma abordagem holística do real. Escolhemos para este fim, um breve estudo sobre os cinco movimentos chineses.

2.2.3. Os cinco movimentos chineses

O estudo dos cinco movimentos chineses iniciou-se há cerca de três mil anos. Segundo Hirsch (2003, 13),

Essa arrumação do mundo em cinco partes é representada por uma estrela de cinco pontas, cada uma das quais recebe o nome do elemento natural que mais se identifica com aquela maneira de ser. Água para a energia que é fria, fluida, pesada, escura, yin. Madeira para energia morna que brota, sobe, ocupa e determina espaços – o começo do movimento yang. Fogo, para a energia quente, leve, luminosa e exuberante que se espalha com facilidade: yang. Terra para a energia neutra sobre a qual tudo repousa, estabilizadora, receptiva. Metal para a energia fresca e seca que desce, concentra, contrai – o começo do yin.

Estes elementos podem representar o funcionamento do corpo humano tomando, como base, cinco órgãos fundamentais: fígado, baço, coração, pulmões e rins, ligando-os a cinco outros com quem estabelecem uma atuação em parceria: vesícula biliar, estômago, intestino delgado, intestino grosso e bexiga.

Hirsch (id.ib, 14 sgs.) e Vieira Filho (2004) observam que estes movimentos conferem um círculo, estabelecendo ciclos e mudanças que se interdependem. Assim, a água (rins, bexiga) se transforma em madeira (fígado, vesícula), que se transforma em fogo (coração, intestino delgado), que se transforma em terra (baço, estômago), que se transforma em metal (pulmão, intestino grosso), que se transforma em água (rins, bexiga), estabelecendo um movimento que nasce, cresce, atinge o alto, desce, morre e renasce. Do mesmo modo, cada elemento nutre e fortalece o outro, bem como pode dominar ou ser dominado por outro, estabelecendo duas leis: a lei da geração e a lei da dominação. A lei da geração (mãe e filho) apresenta uma relação de benefício entre os órgãos e elementos que se inter-relacionam e a lei da dominação (dominante e dominado) mostra as possibilidades de atuação direta de um desequilíbrio do dominante em relação ao dominado. Assim, em termos de benefício, podemos dizer que a madeira (fígado, vesícula biliar) queima (nutre) o fogo (coração, intestino delgado), de cujas cinzas se forma (nutre) a terra (baço, pâncreas, estômago), em cujo ventre se condensa o metal (pulmões, intestino grosso) que expulsa a água (rins, bexiga) da qual brota a madeira (fígado, vesícula). Em termos de dominação, podemos observar que a água (rins, bexiga) apaga o fogo (coração, intestino delgado), que funde o metal (pulmão e intestino grosso), que corta a madeira (fígado, vesícula biliar), que esgota a terra (baço, pâncreas, estômago), que absorve a água (rins, bexiga).

O estudo dinâmico dessas combinações pode dar ao terapeuta uma visão do comportamento dos meridianos, ajudando-o a perceber melhor os desequilíbrios e suas correlações.

Estes órgãos e seus meridianos estão, também, sintonicamente ligados a estados atmosféricos, períodos do dia ou do ano, atitudes interiores, sabores, direções cardeais, qualidades sutis e emoções negativas, cores, enfim, várias características dentre as que podem ser observadas nos quadros, a seguir (Vieira Filho, 2004):

Órg. Fund.

Elemento da natureza

Estação

Clima

Horário

Direção

Cor

Fígado

Madeira

Primavera

Vento

23 às 3

Leste

Verde

Coração

Fogo

Verão

Calor

11 às 15

Sul

Vermelho

Baço

Terra

Final do verão

Umidade

7 às 11

Centro

Amarelo

Pulmões

Metal

Outono

Secura

3 às 7

Oeste

Branco

Rins

Água

Inverno

Frio

15 às 19

Norte

Preto, azul

Quadro 1 – Características ligadas à natureza

Órg. Fund.

Parceiro

Partes governadas

Sentido

Emoção

Sabor

Odor suspeito

Fígado

Vesícula

Músculos, defesas genitais

Visão

Raiva, extroversão

Ácido, azedo

Rançoso

Coração

Intestino delgado

Circulação,

temperatura

Tato

Excitação, apatia

Amargo

Queimado

Baço

Estômago

Peso, veias, artérias, digestão, memória, pensamentos

Paladar

Reflexão, dúvida, insatisfação

Doce

Perfumado

Pulmões

Int. grosso

Pele, respiração

Olfato

Tristeza, alegria serena, introversão

Picante

Acre

Rins

Bexiga

Ossos, ciático

Audição

Medo,

força

Salgado

Pútrido

Quadro 2 – Características ligadas ao indivíduo

É possível, através do estudo dos cinco movimentos chineses, obter um importante apoio à atuação terapêutica, tanto no que se refere à interpretação dos desequilíbrios, quanto nas recomendações terapêuticas propriamente ditas. Além disso, pautando-nos em Hirsch (2003), é possível, também, ter um apoio complementar na recomendação dos tipos de alimentos que podem ajudar a constituir o equilíbrio energético, uma vez que os alimentos, mais especificamente os sabores, "guardam um movimento dentro de uma forma" (id.ib., 62). Vale ressaltar, no entanto, que não cabe ao terapeuta holístico determinar dietas alimentares a seu cliente, pois isto é uma atividade da clínica médica. O que podemos sugerir é a escolha de alimentos que possam fazer parte de sua alimentação cotidiana, sem que se constituam uma indicação, mas apenas uma sugestão, tendo em vista a qualidade de certos alimentos que possam favorecer a atuação energética dos meridianos. Evidentemente, devemos alertar nossos clientes sobre a necessidade de, em primeiro lugar, atenderem às recomendações de seu clínico particular e, só, então, dentro das determinações propostas por ele, escolher, se assim acharem conveniente, entre os sabores que possam, complementarmente, facilitar o equilíbrio energético dos meridianos sobre os quais o terapeuta holístico detém sua atenção, naquele momento.

Isto posto, numa visão geral, podemos dividir os sabores em picantes, que ativam a circulação de energia e fazem suar; doces, que acalmam sensações agudas de desconforto e neutralizam os efeitos tóxicos de carnes e peixes; ácidos (e adstringentes), que podem obstruir os movimentos e conter diarréias e suores excessivos; salgados, que amaciam a rigidez de músculos e glândulas e os amargos que reduzem o calor do corpo, drenam fluidos corporais e provocam eliminações intestinais (id.ib., 63).

Os alimentos também apresentam movimentos e esta característica também pode auxiliar o movimento da energia em determinadas direções dentro do corpo (Hirsch, 2003, 65 sgs). Assim, os alimentos que agem para cima e para fora fazem transpirar, eliminar, vomitar, abrir os orifícios, dispersar o frio e o vento. Geralmente, são os alimentos picantes e doces, de natureza morna ou quente (Hirsch apresenta uma tabela com os alimentos, citando todas essas características); os alimentos que agem para baixo e para dentro favorecem a purgação, eliminam o calor, ajudam a urinar, eliminam acúmulos, revertem as contracorrentes de energia, tranqüilizam o espírito, acalmam o vento. Aparecem sob a forma de alguns dos alimentos ácidos, amargos, salgados ou doces, desde que apresentem natureza fresca ou fria; os alimentos que agem só para fora fazem suar e reduzem a febre. Hirsch não apresenta mais especificações a respeito; os alimentos que agem só para dentro facilitam os movimentos intestinais e reduzem o inchaço abdominal. Do mesmo modo, Hirsch não tece comentários mais específicos, mas, como no caso anterior, a consulta à tabela dos alimentos pode elucidar e indicar os alimentos mais convenientes para estes objetivos; os alimentos que agem só para cima aliviam a diarréia, problemas do reto e do útero, bem como do estômago; os alimentos que agem só para baixo aliviam sensações de vômito, soluços e problemas pulmonares, bem como podem aliviar a tosse.

Tomando como base as características dos cinco movimentos, é possível ao terapeuta servir-se desse conhecimento milenar como importante instrumento complementar de atuação terapêutica, estudando as leis de geração e dominação determinadas em cada estudo de caso. Do mesmo modo, se assim o desejar, pode sugerir ao cliente, obedecidas as recomendações médicas e tomando o cuidado de não se dar o direito de determinar dietas alimentares, sugerir sabores que possam ajudar o movimento dos meridianos em suas inter-relações.

Assim, terminamos nossa exposição teórica e passamos a descrever os estudos de caso que compõem a parte prática de nosso trabalho.

2.3. Estudos de caso

2.3.1. O caso de Maria

Este primeiro estudo caracteriza-se por apresentar uma cliente, doravante sob o pseudônimo de Maria, com desequilíbrio acentuado no chacra cardíaco, meridiano do pulmão. Segundo suas palavras, apresenta este problema desde a infância e chegou a um estado insuportável, com medicamentos tradicionais fortíssimos que não fazem mais efeito. Assim, a partir de março de 2004, resolveu trocar de médico (pela quinta vez, em dois anos), desta vez para um especialista em medicina japonesa, Dr. Maurício, Protologista, Cirurgião Geral, Acupunturista e Homeopata, também especialista em Videolaparoscopia.

Este novo médico suspendeu toda a medicação da medicina tradicional ocidental e passou a tratá-la exclusivamente através da acupuntura e da homeopatia.

A cliente procurou-me para terapia através do Reiki e a Terapia Floral foi incorporada ao atendimento. Acedeu, gentilmente, ser relatada como um de meus estudos de caso, desde que preservado seu anonimato.

O presente estudo dá especial atenção ao atendimento através dos florais e aborda, também, um trabalho complementar baseado nos cinco movimentos, fundamentado, principalmente em Hirsch (2003), de acordo com os pressupostos apresentados na fundamentação teórica.

Quem é

Maria, segundo suas próprias palavras

Maria é casada, sem filhos, aposentada e nasceu no dia 03 de maio de 1935. Em nosso primeiro contato, Maria disse estar "chumbada por este problema do pulmão" que a persegue desde a infância, mas que "agora decidiu se instalar pra valer". Muito extrovertida em suas colocações, relatou que teve uma infância feliz até os oito anos de idade, quando perdeu sua mãe. Desde então, sua vida parece que perdeu um pouco a cor, pois sente saudade dela até hoje, aos 69 anos. Segundo recorda, "este meu problema" começou pouco depois disso e passou a ser mais um caso em uma família que apresenta problemas semelhantes. Em termos de saúde, de resto, diz que sua vida foi relativamente normal. Maria diz ter problemas de coração. O que a preocupa, no entanto, é "esse problema de pulmão que não me larga e que está acabando comigo. Fico cansada, há dias que penso que não terei forças nem para respirar. Assim, decidi procurar, mais uma vez, outro médico, pois os quatro que já tive só me encheram de corticóides e não me curaram de jeito nenhum. Não sei se vou acabar morrendo por tanto tomar corticóides ou se por que não consigo mais respirar". Por essa razão, Maria tomou a decisão radical de procurar um médico "diferente, que enfrente o touro à unha e me ponha boa". Conta, também, com o auxílio do Reiki e por isso me procurou. Diante da possibilidade de ser atendida com acompanhamento de florais, acedeu imediatamente, dizendo que "assim, estará cercada dos cuidados necessários por todos os lados... agora ou vai ou racha". Aproveitei a oportunidade e ofereci os conhecimentos baseados nos cinco movimentos chineses e ela, igualmente, disse estar disposta a seguir "todas as orientações que puder ajudá-la a se curar".

Todo o resto da entrevista girou em torno de sua vida cotidiana, seus hábitos e suas atividades. Mostrou-se falante e solidária, embora parecesse apresentar, como pano de fundo, uma facilidade muito grande a indignar-se diante do comportamento das pessoas que a cercam. Chamou-me a atenção o fato de manter uma postura de tristeza diante da falta da mãe e parece compensar isso ajudando continuamente as pessoas, mesmo em sacrifício de si mesma.

Maria respondendo a algumas questões iniciais

Ainda nesta sessão de apresentação, aproveitei para saber mais um pouco dessa minha nova cliente.

Perguntei-lhe, inicialmente, se o funcionamento intestinal era normal. Ela disse que sim, e também o urinário. Bebia bastante água e urinava bastante também. Indaguei se sentia alguma dor e ela disse que não... ou... raramente, dor de cabeça. O problema que tinha era mesmo do pulmão.

Perguntei-lhe, então, sobre a alimentação sólida e líquida. Disse-me que comia de tudo mas que preferia mais os doces a os salgados. De líquidos, bebia mais água e chá.

Sobre vícios, disse-me que nunca fumou e não gosta de beber.

Perguntei-lhe como sentia a tensão no corpo e me respondeu que através de uma imediata rouquidão.

Maria, enfim, sob o olhar terapêutico inicial

Maria apresenta desequilíbrio nos meridianos do pulmão (tristeza) e do fígado (indignação). O chacra laríngeo também apresenta bloqueios (fica rouca com facilidade, fala muito alto e sem parar). Tem temperamento muito agitado.

Apresenta-se muito cansada e parece triste, magoada. Tem a tendência de ajudar a todo mundo, como se fosse uma "empresa de prestação de serviços gratuitos" , mas olha pouco para si mesma. Parece direcionar suas atenções para fora, fugindo de suas próprias questões interiores.

Para fins da descrição deste estudo de caso, as sessões terapêuticas descritas a seguir, cobrem o período de 16 de março a 03 de maio de 2004.

Sessões terapêuticas

Maria procurou-me em meados de março de 2004, imediatamente após a última mudança de médico, tendo suspendido, sob sua orientação, toda a medicação que vinha tomando durante os dois últimos anos. Segundo Dr. Maurício, Maria "apresenta bloqueios consistentes nos meridianos do pulmão e do fígado (yang do fígado)". O médico também suspeita de "problemas na vesícula", mas não está preocupado com investigar isso no momento.

Na primeira fase (março), o atendimento passou a ser realizado três vezes por semana, em sua casa, pois estava completamente incapacitada para sair ou esforçar-se. Apresentava-se constantemente trêmula, arfante e tensa e ficava em pé com dificuldade, saindo apenas para as sessões de acupuntura, duas vezes por semana.

A partir de abril, no entanto, Maria já apresentou alguma melhora. Conseguia respirar melhor e, embora continue sendo atendida por mim em sua casa, as sessões passaram a ser semanais, com algumas exceções, em casos de crises fortes.

Terapia Floral - Relato dos atendimentos:

Quadro inicial:

16 de

março

Conversamos muito sobre as questões que envolvem sua tristeza (perda da mãe aos 8 anos de idade) e sua pouca atenção a si mesma.

Sentia-se sem forças, desanimada, triste. Sente-se só.

Teve uma crise muito forte, quase desmaiou e teve de ser atendida no Prontocor, de madrugada. Achou que iria morrer e isso foi uma sensação muito forte para ela.

O marido está habituado a ser cuidado e não a cuidar e isso está interferindo muito no processo terapêutico. Ele também está sendo atendido e recebe Reiki e florais. Aceitou o atendimento e percebo que parece receptivo a mudanças, embora com muito esforço.

Ambos têm mais de 60 anos (ele 63 e ela 69). Parecem se gostar muito, mas estão sofrendo muito com essa mudança total de hábitos (troca de papéis de quem cuida e quem precisa ser cuidado).

Maria parece sentir-se um pouco chocada, principalmente depois de ter sido levada com urgência para o Prontocor. "Parece que aconteceu uma tempestade e eu não vejo a luz do sol, pois as nuvens não vão embora, essas crises não passam".

Florais indicados inicialmente:

Star-of-Bethlehem (choque forte com tudo que aconteceu, principalmente seu atendimento de emergência, no Prontocor – atuar na esperança), Olive (força, atuar na paz após a crise), Gorse (falta de esperança de se curar, não vê saída, a vida não sai disso), Gentian (tristeza por causa conhecida – morte da mãe, falta de saúde)

23 de março

Maria está muito desanimada. Sente falta do vigor de antes, quando tomava a medicação tradicional. Agora, segundo ela "está imprestável, continua não conseguindo respirar, tem crises, fica trêmula, pensa que vai morrer. Sabe que seu organismo estava viciado na medicação anterior e que as doses estavam cada vez mais fortes, mas, mesmo assim, não sabe se o que está fazendo vai resolver o seu problema, pois não agüenta se ver assim, prostrada, dependente".

Busco saber como se sente depois que sai da acupuntura e ela me diz que sai bem, mas o bem-estar dura apenas um dia ou dois.

Mantenho os mesmos florais e pergunto se ela está seguindo alguma dieta alimentar receitada pelo médico e ela diz que não. Pergunto se ela gostaria de acrescentar um cuidado na alimentação, com alguns alimentos específicos que poderiam ajudar o seu desequilíbrio, deixando bem claro que não é uma dieta, mas apenas sugestões de alimentos que poderiam ser incorporados ao seu cotidiano. Ela me responde que come de tudo e que não haveria problema sugerir alternativas. Baseando-me no estudo sobre os cinco movimentos, fiz algumas sugestões complementares que serão descritas em outro item, mais adiante.

29 de março

Maria sente-se mal. Diz que não pode mais atender a suas amigas que dependem dela para tomar providências. Telefonam e se aborrecem, pois ela não consegue mais "ser útil" como antes.

Para chamar sua atenção sobre as necessidades de atender primeiro a si mesma, digo a Maria que a "empresa de prestação de serviços gratuitos" também precisa olhar-se no espelho e que não há nada demais ser ajudada também. Está na hora de cuidar-se e não de cuidar dos outros. Maria diz que não consegue ser diferente, não consegue mostrar às amigas que não está com "má vontade" e, sim, que "ela não está mesmo em condições de ajudar". Maria dá a impressão de que se sente obrigada a prestar esses serviços e não sabe ser diferente, pois sempre foi assim. Ao mesmo tempo, sinto que parece estar magoada com a incompreensão das amigas e não quer confessar a falta de solidariedade que está sentindo. Coloco a questão em pauta e ela acaba concordando e diz que gostaria que elas percebessem realmente seu estado e a deixassem um pouco em paz... nesse momento, pela primeira vez, sinto Maria com lágrimas nos olhos.

Aproveito a oportunidade e toco na questão da mãe. Pergunto-lhe se ela quer ser para os outros a mãe que nunca teve... e... também... cuidar dos "filhos" que nunca teve. Maria realmente se emociona, chora um pouco e eu procuro dizer que, primeiro, é necessário ser mãe e filha de si mesma. Pela primeira vez, a Maria falante silencia e, enquanto, aplico Reiki, ela parece pensar consigo mesma.

Ao final da sessão, diz que precisa mudar radicalmente de hábitos, mas não tem forças para isso. Digo-lhe que não precisa mudar radicalmente de hábitos. Na verdade, ela precisa mudar apenas o que a está fazendo infeliz... quem sabe... o caminho do meio. Digo-lhe que o tratamento médico, o Reiki, uso de florais, uma boa atitude consigo mesma pode ser um bom começo. Talvez trocar filas intermináveis de banco para as amigas por uma boa hidroginástica não fariam nada mal, de vez em quando. Maria sorri, também pela primeira vez, desde o início do tratamento terapêutico.

Tudo me fez crer que este dia foi um dos marcos de mudança de atitude de Maria consigo mesma. Não que tenha forças para começar a realizar algo diferente, mas parece que ficou mais consciente de seu estado e comportamento.

Terapia floral indicada:

Tirei o Star-of-Bethlehem.

Mantive Olive (força, atuar na paz após a crise), Gorse (embora tenha modificado um pouco a visão da falta de esperança de se curar, não vê saída, a vida não sai disso), Gentia (tristeza por causa conhecida – morte da mãe, falta de saúde – acrescido o sentimento de tristeza por causa do distanciamento das amigas). Acrescentei: Willow (tristeza por causa das amigas), Centaury (aprender a dizer não para as amigas, modo de gerenciar melhor a "empresa de prestação de serviços gratuitos")

Dias 5, 12 e 19 de abril

Mantiveram-se os mesmos temas, as mesmas emoções, embora parecessem mais amadurecidas. Maria começou a dizer às amigas que precisava de tempo para se cuidar. Nenhuma delas a visita e isso a deixa triste, embora não queira confessar.

Maria sente-se reconfortada com o atendimento, não apenas pela terapia em si, mas por sentir-se cuidada. Continua com crises de respiração, mas procuro inspirar-lhe confiança no tratamento médico e complementar. Sente-se impaciente, pois pensava que iria ficar boa em um mês e só agora percebe que o tratamento é de longa duração.

Mantive a mesma composição floral, acrescentando Impatiens.

26 de abril

Tive de viajar a trabalho. Em São Paulo, recebi um telefonema do marido de Maria, dizendo que ela estava muito ansiosa, havia passado muito mal e queria saber o que eu poderia fazer à distância. Disse-lhe que enviaria Reiki e que a visitaria tão logo chegasse. Maria veio ao telefone. Parecia realmente muito mal. Conversamos um pouco e não consegui acalmá-la.

Suspendi a recomendação floral anterior e indiquei apenas Rescue e disse-lhe que tivesse confiança, pois se sentiria melhor. Passei a ligar diariamente e senti que Maria parecia mais calma.

3 de maio

Maria continua muito tensa, desanimada. A mudança brusca de tempo parece estar influenciando muito seu estado e tem tido crises de respiração pelo menos uma vez por dia.

Terapia Floral:

Suspendi Rescue, mantive Gentian, Gorse, Willow, Impatiens e retirei os demais (Olive e Centaury).

No dia 6 de maio o marido me procurou dizendo que Maria não consegue dormir, fica ansiosa e angustiada durante toda a noite.

Realizei um atendimento de emergência, mantive a composição floral e sugeri que tomasse 4 gotas de Rescue duas horas antes de dormir, mais uma gotinha na hora de dormir e uma gotinha, a cada vez que acordasse.

Estudo sobre os cinco movimentos chineses e análise de Maria

Levando em conta a descrição do quadro de Maria e tomando como centro o meridiano do pulmão, me baseio na conjugação do elemento Terra atuando como elemento vitalizador do Metal (relação mãe / filho), enquanto que o Metal exerce dominação sobre a Madeira.

Assim, partindo do pressuposto de que a vitalização do baço-pâncreas pode fortalecer o pulmão e o cuidado com o fígado e vesícula biliar pode amortecer a dominação do metal sobre a madeira, busquei recursos em Hirsch (2003) que pudessem ajudar o quadro alimentar de Maria.

Além disso, busquei outros conhecimentos como os horários privilegiados e as qualidades dos sabores (picantes, doces, ácidos, salgados, amargos, sutis, moderados, fortes, tóxicos), seu movimento (para cima e para fora, para baixo e para dentro, só para fora, só para dentro, só para cima, só para baixo) e sua natureza (fresca, morna, quente, fria, neutra).

Neste estudo, foram apontados os seguintes aspectos:

O horário privilegiado do pulmão é das 3 ás 5 da manhã.

Os alimentos doces acalmam sensações agudas de desconforto (para as crises de Maria), os amargos drenam fluidos corporais (a secreção que Maria sente nos brônquios e a faz tossir compulsivamente)

Os alimentos que aliviam a ansiedade de respirar e que aliviam e a tosse (p.66) agem só para baixo.

Por estarmos no outono, quase no inverno, sugeri os alimentos de natureza fresca e fria, além dos neutros.

Seguindo esta composição, foram feitas as seguintes observações:

1) Maria realmente acordava e, às vezes, continua acordando, quase pontualmente às 3 horas da manhã e passa esta parte da noite especialmente angustiada. Expliquei-lhe a questão do horário, bem como o fato de o pulmão estar na mesma combinação do intestino grosso. Sugeri, então, que, quando acordasse à noite passando mal, buscasse colocar o intestino grosso em funcionamento, pois este poderia aliviar o pulmão. Desde então, Maria tenta evacuar neste horário e, realmente, diz que ajuda a sentir-se mais aliviada para respirar.

2) Expliquei a Maria a importância de cuidar melhor do baço, pâncreas e estômago e sugeri que conversasse com seu médico a respeito de sua alimentação. O retorno foi o de que toda a alimentação estava liberada. Sugeri, então que, sem deixar de alimentar-se normalmente, poderia, se quisesse, buscar, também, alimentos que não sobrecarregassem o baço, principalmente após as 18 horas, para que ele pudesse usufruir do cuidado que deveria tomar com o metabolismo, durante a noite. Assim, sugeri raízes brancas, alimentos sem gorduras e que evitasse a ingestão de leite, no período da noturno.

3) Para cuidar da alimentação, em geral, sugeri alimentos que fossem predominantemente amargos e doces e que agissem para baixo e buscamos alimentos de natureza fresca, fria e neutra.

Deixei bem claro que não era uma indicação terapêutica a ser cumprida, mas apenas uma sugestão para a composição alimentar, se ela achasse que pudesse ser interessante para ela. Deixei, também, claro, que a sugestão se referia ao que poderia complementar sua alimentação e nunca indicações do que deveria deixar de comer.

Com este quadro, no que se refere à alimentação, ajudei Maria e escolher os alimentos de sua preferência, entre os indicados nesta composição: natureza fresca, fria ou neutra (outono, inverno), que se movimentam para baixo (asma e tosse) e de sabores doce e amargo (para acalmar as sensações agudas de desconforto e ajudar a eliminação de secreções). De acordo com o quadro de Hirsch (2003, 77 e sgs) e levando em consideração também os meridianos indicados e o elemento terra (lei da geração), foram escolhidos os seguintes alimentos:

Abóbora redonda, aipo, alface, ameixa, amora, aspargo, banana, berinjela, broto de bambu, fígado de carneiro, cevada, chá verde, chicória, chuchu, cogumelo comum, couve-flor, espinafre, feijão branco, feijão de corda, feijãozinho verde, framboesa, óleo de gergelim, glúten, leite humano (de manhã), raiz de lótus, lúpulo, maçã, melancia, melão, milho, clara de ovo, pepino, pêra, soja amarela, tartaruga, tofu, farelo de trigo, trigo sarraceno, trigo.

Com esta descrição, encerramos o estudo de caso de Maria.

2.3.1. O caso de Joana

Este segundo estudo apresenta Joana, pseudônimo de uma cliente com acentuado desequilíbrio nos chacras laríngeo, pulmonar e plexo solar. Tem recebido atendimento através da Terapia Reiki há um ano e, a partir de fevereiro, aceitou a incorporação da Terapia Floral aos atendimentos. Joana tem formação psicanalítica e uma aguçada intuição que, na verdade, nega sentir. Sabe, no entanto, exatamente em que pontos energéticos estão minhas mãos, enquanto aplico Reiki, em algumas situações em que não a estou tocando, embora conserve os olhos sempre fechados. Vê cores correspondentes aos chacras que estão sendo estimulados através da imposição das mãos, embora não conheça nada sobre o assunto. Tem sensações de expansão de aura, durante as sessões, também sem saber do que se trata e não está muito interessada em saber por que tem essas percepções, pelo menos no que se refere a sua postura em nível consciente. Relata todas as suas sensações, buscando encaixá-las em seus conhecimentos científicos e, não encontrando respostas, busca apenas dizer que "mal não está fazendo e parece que está me deixando mais relaxada e aliviada das tensões". A verdade, no entanto, é que Joana parece estar bastante interessada em seu tratamento, nunca falta às sessões, lamenta quando tenho de viajar e não posso atendê-la em outro horário. Toma os florais indicados com cuidado e preocupa-se em perguntar se vamos continuar com os mesmos a cada sessão. Mostra-se bastante aberta ao tratamento e prefere conversar durante todo o tempo de aplicação de Reiki, sempre falando das sensações e do que elas trazem à tona (muitas vezes, lembranças de sentimentos e emoções passadas, o que ajuda muito na aplicação do Reiki e na indicação dos florais, pois fala abertamente, em estado de relaxamento).

Como no primeiro estudo de caso, este dá especial atenção ao atendimento através dos florais e faz referência estudo complementar baseado nos cinco movimentos, fundamentado, principalmente em Hirsch (2003), de acordo com os pressupostos teóricos apresentados neste trabalho. Joana não aceitou um aconselhamento de base alimentar, pois se diz "suficientemente frustrada em vários tipos de emoções e se dá o direito, pelo menos, de ter o prazer de comer". Mostrou-se aberta a ceder estes dados para o estudo de caso, desde que conservada em anonimato.

Quem é

Joana, segundo suas próprias palavras

Joana já foi casada e está sozinha há mais de 15 anos. Não tem filhos. É professora universitária e nasceu no dia 03 de maio de 1935.

Joana descreve problemas com articulações com técnica e precisão: teve vários entorces em um dos joelhos, no qual tem problem, embora não sério. Esta foi, no entanto, a queixa mais incisiva que apresentou no início dos atendimentos, há meses atrás. Embora tivesse freqüentado fisioterapia durante meses seguidos, nada resolvia e esta foi a principal razão de ter tentado Reiki. Atualmente, Joana não se queixa mais do joelho, passou a perceber que estava dormindo melhor e tendo creditado isto também às aplicações de Reiki, mais confiante, estendeu sua terapia a outros enfoques de desequilíbrios: está com muito peso (mais de cem quilos), não consegue conter sua vontade de comer ("meu único e real prazer, no momento, além de gostar de dar aulas"), sente uma câimbra insuportável no diafragma que a ataca inadvertidamente. Além disso, sente-se inchada. Está experimentando médicos diferentes para escolher um que realmente tenha confiança e busca, através do Reiki e da Terapia Floral condições de complementar seu tratamento. Tem consciência de questões emocionais a resolver, mesmo depois de 20 anos de psicoterapia e crê que os florais podem ajudar a trabalhar suas emoções, já que gosta de tratamentos naturais. Joana busca ser muito precisa em suas colocações e escolhe termos técnicos para descrever seus desequilíbrios. Sua tendência ao espírito científico impulsiona suas descrições. Parece esconder, no entanto, uma sensibilidade para os aspectos intuitivos subjetivos acurada, que passou a se mostrar no decorrer dos atendimentos.

Profissionalmente, não tem muita paciência com os alunos que, segundo ela "nunca são suficientemente dedicados. Chegam atrasados, não levam as coisas a sério e ela não permite deslizes". Reconhece que é bastante inflexível em muitas de suas colocações, mas sempre tem um bom motivo para isso. "Ah, reconheço que, muitas vezes, sou bastante autoritária nas minhas colocações, mas tenho boas razões para isso". Não conseguiu publicar, ainda, seu livro, pois está mexendo nele há dois anos e nunca fica bom... sempre acha imperfeições e não consegue dar por terminada a tarefa.

Joana respondendo a algumas questões iniciais

No início dos atendimentos, algumas questões tinham sido colocadas a Joana e obtiveram as respostas a seguir:

Perguntei-lhe como manifesta a tensão no corpo e ela respondeu que através de dores musculares (sensação da tensão) localizadas no pescoço, ombros e costas, em geral. A dor no diafragma se manifesta nas horas que menos espera, pegando-a de surpresa. Não sabe se é emocional ou não.

Perguntei-lhe como se sentia, de modo geral, e ela me respondeu que ultimamente sente um desânimo profundo diante do estado do mundo e de si mesma. Tem a sensação de que nada que faz, vai fazer alguma diferença. Acha que seu relacionamento com o mundo tem de ser através do prazer pelo trabalho, pois desistiu de encontrar um companheiro, agora muito menos que está gorda e feia. Aliás, ela mesma declarou que acha até que isto pode ser uma defesa, da qual não sabe se quer se desfazer.

Ao perguntar como ela acha que as pessoas a estão vendo, respondeu que, no trabalho, acha que não a levam muito a sério. Sente-se desajustada no sentido de não corresponder às exigências de hoje. Escreve para os alunos, mas não escreve para publicar, como exige a academia. Faz isso por obrigação. Gosta de dar aula, gosta de escrever para os alunos e "é isso que a segura". Hoje em dia, acha que a universidade não dá valor justamente a isso. Sob o ponto de vista pessoal, não sabe como é vista. Acha que é uma pessoa meio esquisita, sempre foi... mas... não sabe.

Perguntei-lhe, então, como ela vê as pessoas. Respondeu que "depende muito de quem é... cada um é cada qual... não generalizo".

Fiz algumas perguntas sobre o estado físico, que ainda não tinham sido espontaneamente comentadas por ela: como é o funcionamento intestinal? Irregular... não tem prisão de ventre sistemática, mas acontece... e... quando solta, pode vir sob a forma de diarréia. A tendência, no entanto, é de prisão de ventre. Não evacua todos os dias, mas não chega a ficar presa muitos dias, a não ser que esqueça de comer fibras. Segundo ela, "a psicanálise diz que o intestino tem relação como o dinheiro o que, no seu caso, também é irregular: ou gasta muito ou gasta pouco... não tem meia medida"

Quanto a urinar, acha que o faz com freqüência normal. Tem tentado beber mais água, mas, espontaneamente não se liga muito nisso.

Sobre alimentação sólida: Arroz, pão, macarrão (precisa de hidrato de carbono). Alimenta-se na rua ou com congelados. Come todos os tipos de carne. Gosta de frango. Come peixe raramente. Verduras não. Legumes: cenoura, tomate, brócolis, couve-flor, às vezes, vagem. Frutas: o que tem na época. Maçã, pêra, caqui, pêssego, depende da estação.

Não escolhe entre salgado ou doce. Adora os dois. Gosta muito de comer.

Alimentação líquida: Água e sucos de frutas. Refrigerantes diet (coca – adora). Raramente, bebida alcoólica (chopp e vinho com os amigos)

Não fuma, nunca fumou a não ser maconha, mas quando era jovem e sempre com amigos.

Tem um vício: "comida. Adora comer".

Joana, enfim, sob o olhar terapêutico inicial

Joana apresenta desequilíbrio nos meridianos do pulmão (tristeza profunda e contínua), do fígado (indignação). O chacra laríngeo também apresenta bloqueios (sua voz é apertada, estridente, chegando a ser metálica. Fala alto e muito).

Joana é uma pessoa muito inflexível, rígida e perfeccionista. Sua aulas precisam ser meticulosamente preparadas, senão entra em estado de grande ansiedade. Exige que os alunos sejam extremamente pontuais, não permitindo deslizes, durante as aulas, segundo ela mesma diz. Quer silêncio, atenção, trabalhos apresentados rigorosamente em dia.

O que mais chama a atenção ao observar Joana é sua sensibilidade escondida, seu sorriso preso, a forma de fazer piada sobre o que pensa serem suas limitações, mas escondendo, sempre, uma profunda amargura diante de si mesma e da vida. Parece ter sido uma moça muito bonita, tem consciência disso, mas parece esconder seu corpo, sob a forma de gordura, como uma defesa principalmente diante do sexo oposto, com quem, declaradamente, tem medo de relacionar-se. Aliás, chegou a referir-se a isso, ao descrever-se. Joana é aguda e perspicaz. Sabe exatamente onde quero chegar com as perguntas e antecede as respostas, assumindo o papel de cliente e mostrando-se a mim, como sua terapeuta, sem receios. Isso ajuda muito aos atendimentos, pois colabora comigo e consigo mesma o tempo todo.

Para fins deste estudo de caso, as sessões terapêuticas descritas, a seguir, cobrem o período de 06 de março a 13 de maio.

Sessões terapêuticas

Joana foi atendida apenas através da terapia Reiki desde início de 2003. A partir da 6 de março de 2004, foi incorporada a terapia floral.

Terapia Floral – Relato dos atendimentos

Observações gerais:

Joana parece ser uma pessoa bastante perfeccionista, metódica e rígida em suas colocações e maneira de viver (Rock Water).

O pano de fundo de suas emoções poderia ser identificado por uma profunda mágoa do mundo e familiar, o que reconhece e comenta durante as sessões de Reiki, ao recordar suas situações de vida (Willow).

Outra característica é a baixa-estima, pois acha sempre que, embora se reconheça inteligente, não é suficientemente capaz para ser reconhecida como tal no meio acadêmico, em geral (Larch)

Mostra-se autoritária, muitas vezes, até diante de suas colocações (Vine)

Atendimento com florais:

6 de março

Rock Water (rig., infl. perf.), Wilow (mag. mdo e fam.), Larch (b.est.) e Vine (aut.).

12 de março

Relato: Sente-se fragilizada. Fez mapa astral e ficou impressionada com o fato de "precisar se abrir como feminino, deixar acontecer, sair da ‘prisão’". Está em férias letivas, mas mostra-se presa a esquemas (rotina de férias: tem de ver tantos filmes, ir à praia tais dias, etc).

Terapia floral:

Mantive os florais recomendados inicialmente.

17 de março

Relato: Continua em férias, mas chegou à conclusão que não precisa manter uma rotina de férias como é a do período de trabalho. Não "precisa" ir ao cinema, cumprir a agenda da praia, etc. Precisa tirar férias, também, de sua "agenda rigorosa de atividades a cumprir".

Sabe que tem de colocar os seus artigos acadêmicos em dia, mas está com preguiça de escreve-los, pois afinal, está de férias. Também colocou em pauta sua capacidade de recuperar depois o tempo que considera "perdido" nas férias.

Terapia floral:

Mantive. Mostra-se um pouco magoada (Willow). Falou sobre valorização pessoal (Larch). Permitiu-se não ser tão rigorosa com a rotina nas férias (Rock Water). Mantive o Vine, embora esta característica não esteja se manifestando no momento.

26 de março

Relato: Não sente as coisa renderem nas férias. Sente-se muito cansada só de pensar na Universidade. Parece demonstrar cansaço com a rotina, mesmo estando em férias (Hornebeam)

Terapia floral:

Mantive. Acrescentei Hornbeam (para o desânimo com rotina)

02 de abril

Relato: falta só uma semana para as aulas e não fez nada do que queria e não está preparada para voltar.

Muito desânimo, em geral. Melancolia, mostra-se passiva diante da situação, falta-lhe esperança, parece não ver saída para sua vida (Gorse – dores musculares), traços de tristeza contínua (Gentian). Parece continuar demonstrando baixa estima (Larch). Mantém a mágoa diante da vida, dos fatos, do passado perdido (Willow), mas começa a perceber que tem responsabilidade sobre isso – "se eu também tivesse agido de outro modo..."

Apresenta característica de ficar remoendo situações do passado (White Chestnut)

Está desanimada. Dor no corpo em geral. Segundo ela, é como se estivesse para ficar gripada.

TERAPIA FLORAL

Gorse, Gentian, Larch, Willow, White Chestnut

7 de abril

Relato: Volta às aulas. Está muito zangada no ambiente de trabalho. Muita tensão em seu depto, muitos problemas a resolver e ambiente muito hostil.

Apresenta desequilíbrio mais acentuado no meridiano do pulmão, está febril. Ela mesma acha que "sua criança interior" não quer voltar a trabalhar.

Fala sobre sua vontade de aposentar-se: "se tiver de esperar até 68 anos acho que não vou agüentar".

Apresenta uma agitação incomum, ainda não vista em sessões anteriores. Fala muito, mexe as pernas, está angustiada, ansiosa, irrequieta. Chorou por duas vezes.

Terapia floral:

Suspendi todos os anteriores e recomendei apenas Rescue.

19 de abril

Relato: Continua com a garganta meio esquisita e sente no peito uma sensação de que não está bom, mas não sabe exprimir.Segundo ela, parece meio esquisito, meio dolorido, como se estivesse preso. Tem bebido muita água e chá de Lótus, mas não adianta.

Ainda se sente preguiçosa.

Começa a se adaptar à volta às aulas, pois "não tem outro jeito". Gostaria de reaver a alegria que sente ao dar aulas. Sente total impaciência e intolerância diante dos alunos (Impatiens). Segundo suas palavras, sente-se melancólica, mostra-se passiva diante da situação de ter de voltar a trabalhar. Falta-lhe esperança, parece não ver saída para o seu caso, já que não pode se aposentar e, mesmo que pudesse, "o que iria fazer da vida?" (Gorse – apresenta, também dores musculares). Continua apresentando traços de tristeza contínua (Gentian) e baixa estima (Larch). Mantém a mágoa diante da vida, dos fatos, do passado perdido (Willow), mas começa a perceber que tem responsabilidade sobre isso ("se eu também tivesse agido de outro modo..."). Irrita-se profundamente, pois não consegue parar de pensar nas mesmas coisas. Nem consegue se concentrar direito por causa disso e se atrapalha até para preparar suas aulas ou escrever os artigos que tem de entregar no próximo mês (White Chestnut).

Terapia floral:

A própria cliente quis suspender o Rescue. Quer voltar aos "antigos". Acha que já agüenta "sair do Rescue", segundo ela mesma diz.

Recomendação: Impatiens, Gorse, Gentian, Larch, Willow, White Chestnut

03 de maio

Relato: Iniciou a sessão afirmando que "no meio dessa bagunça da Universidade, acho ate que não estou tão ruim".

Tem tido sonhos: num deles, conheceu umas pessoas, não muito definidas, com quem teve simpatia e que disseram que as coisas só vêm quando está na hora. Acordou um pouco pensando que está carente e não sabe como resolver. Os sonhos a estão tocando muito. Fica um pouco impactada. Acha que algum movimento está acontecendo, mas não sabe muito o que é.

Sente dificuldade respiratória. A garganta incomoda um pouco, por causa do reinício da aulas.

Acha que está com um pouquinho mais de energia do que estava.

Segundo suas palavras, "deu trava" à irritabilidade, sobretudo com os alunos.

Atitude um pouco perplexa diante da vida... mas não vê saída, não quer pagar os preços "dos caminhos conhecidos" (relacionamentos). Segundo ela, "não adianta chorar sobre o leite derramado"

Falamos sobre ela ser romancista. Sorriu muito pois tem esse desejo.

Terapia floral:

Impatiens, Gorse, Gentian, Willow, Larch, White Chestnut.

Acha que está um pouquinho mais tolerante com os alunos, mas mantive o Impatiens

Melancolia continua, atitude um pouco perplexa diante da vida, falta-lhe esperança, não vê saída (Gorse), tristeza lá no fundo contínua (Gentian).

Baixa estima: acha que é muito inteligente, mas acha que não consegue fazer-se valorizar (melhorou o ponto de vista, mas mantive o Larch)

Mágoa diante da vida, dos fatos do passado perdido continua: "não adianta chorar sobre o leite derramado" (Willow)

Remoendo idéias, menos desta vez, mas continua (White Chestnut)

07 de maio

Relato: "Está-se dando boas notas". O trabalho rendeu mais, está gerenciando mais suas emoções no ambiente de trabalho. Conseguiu escrever um artigo, acha que está remoendo menos as situações, embora ainda não totalmente (White Chestnut). Acha que precisa confiar mais no que faz, nas aulas que dá (Larch). Está menos irritada com os alunos (Impatiens). O resto acha que continua na mesma.

Terapia floral:

Mantive os mesmos florais.

Tem sonhado, sabe que fica impactada, mas não se lembra de como foram.

13 de maio

Relato: Tensa, mas mais leve, apesar de tudo. Embora com os mesmos problemas no trabalho, conseguiu preparar aula até 3 horas da manhã. Apesar dos grandes problemas no depto, confusões internas e discussões fortes, não ficou remoendo tanto, quando chegou em casa, pois conseguiu concentrar-se e preparar suas aulas o que não faria em outras circunstâncias, no passado. As aulas estão mais organizadas. Enfim, apesar dos problemas intensos, conseguiu concentrar-se em seu trabalho (White Chestnut).

Está na posição de sub-chefe de depto, a sua revelia. Diante de situações da semana, acha que soube lidar melhor com sua impaciência e intolerância (Impatiens). Soube, também, se colocar melhor, diante dos outros, mostrando sua liderança (Larch).

Continua desanimada diante da rotina, a tristeza continua e a mágoa parece a mesma.

Joana mostra-se inquieta (batendo muito o pé, as mãos na mesa), mas, ao mesmo tempo, não parece tão angustiada ou ansiosa, mas, sim, agitada.

Terapia floral:

Impatiens, Gorse, Gentian, Willow, Larch, White Chestnut.

Impatiens (para a intolerância com os alunos, embora tenha melhorado)

White Chestnut (apesar da confusão, conseguiu concentrar-se na preparação da aula – não remoeu sem parar, como fazia antes)

Willow, Gentian e Gorse (para a mágoa, tristeza e desânimo, que continuam)

Mantive, também, o Larch, embora pareça estar reagindo melhor em relação à baixa-estima.

Estudo sobre os cinco movimentos chineses e análise de Joana

Levando em conta a descrição do quadro de Joana, o movimento que se destaca é o do metal, pois o pano de fundo das emoções de Joana giram em torno da melancolia, do desânimo e da tristeza. Joana não é uma pessoa deprimida, pois luta contra isso. Mas a tristeza é sua maior companheira e busca compensar esse sentimento com a comida.

Joana irrita-se com facilidade, chegando a mudar significativamente a expressão de seu rosto ao relatar situações de sua indignação. Pelos cinco movimentos, o desequilíbrio do metal, poderia estar dominando a madeira (fígado) e provocando aí, seus desequilíbrios também.

A terra beneficia o metal e priorizar os prazeres com a comida talvez seja a forma de Joana buscar proteger o metal.

Joana não aceita sugestões sobre uma alimentação que possam favorecer o metal e a madeira (pulmão – tristeza profunda, mágoa, dominando a madeira – irritação, indignação) e a terra (lei da geração – mãe-filho – terra sobre o metal). Estas características, aliás, sob certos aspectos coincidem com as características apresentadas pelas emoções de Maria, estudo de caso anterior, embora apresente características peculiares a Joana.

Assim, do mesmo modo que o estudo anterior, partindo do pressuposto de que a vitalização do baço-pâncreas pode fortalecer o pulmão e o cuidado com o fígado e vesícula biliar pode amortecer a dominação do metal sobre a madeira, busquei recursos em Hirsch (2003) que pudessem ajudar Joana.

Cabe ressaltar que estas recomendações não foram feitas a Joana, já que ela não se dispõe a seguir recomendações alimentares com o médico, nem levar a ele quaisquer possibilidades neste sentido. Desta forma, as suposições a seguir são realizadas apenas como um exercício do estudo do caso.

Neste estudo, foram apontados os seguintes aspectos:

1) para proteger o fígado e a árvore biliar através da alimentação é preciso comer alimentos de natureza morna e movimento ascendente, como os brotos e as folhas verdes miúdas de salsa, coentro, cebolinha,manjericão, orégano, alho-poró e alcachofra, algas marinhas, beterraba crua, maxixe, legumes cozidos no vapor, mingau de aveia, sopa de cevadinha com cebola e aipo, pão ou biscoitos de trigo integral, chá de dente de leão, chá de boldo, chá de picão. Temperar saladas com limão, tomar caldo de algas com missô, usar molho de soja em vez de sal, iogurte ou coalhada caseiros. Evitar as gorduras e comidas fritas ou preparadas com muito óleo. Evitar, também, excesso de proteínas (carne no almoço e ovos no jantar, por exemplo), fazendo com que as proteínas animais não excedam dez a vinte por cento dos alimentos de uma refeição (in Hirsch, 2003, 20). Deste modo, Joana estaria contornando a dominação do metal sobre a madeira.

2) Para ajudar a harmonização do movimento do metal (pulmão – tristeza, desânimo, melancolia) Joana deveria buscar alimentos como raízes que são representadas pela cenoura, nabo comprido, bardana, lótus, batata-baroa. Seria interessante contemplar os sabores picantes do alho, da cebola, do gengibre, do aipo, os caldos temperados com missô (limpa os pulmões e beneficia a flora intestinal). Os chás, preferencialmente o verde, o de lótus e o banchá, trabalhariam a harmonia do intestino. O cereal escolhido, seria preferencialmente o arroz integral, por causa das fibras, também para beneficiar os intestinos e contornar a tendência à prisão de ventre apresentada por Joana. O melhor adoçante seria o mel de abelhas, evitando o açúcar e pode ser adicionado o iogurte que beneficiaria não só o metal, mas a terra e a madeira, essenciais para a descrição do caso de Joana. Em todos os casos, recomendaria muita água, já que o metal é seco (in Hirsch, 2003, 36)

3) Para fortalecer mais a terra, que funciona como a mãe do metal, seria aconselhável comer alimentos ricos em zinco como ostras, fígado, carne (não em excesso, por causa das exigências do item 1 – madeira), frango, peixe, tofu, sementes, nozes, lentilhas, feijões, pão e cereais integrais, ovos. Outro mineral da terra, o manganês, aparece nos cereais integrais (especialmente o arroz, também já indicado no item 2, ligado ao metal), gema de ovo, nozes, sementes, vegetais verdes e temperos de cozinha (louro, coentro, açafrão, hortelã, cominho, alecrim, tomilho, sálvia, manjericão, orégano, alfavaca, cravo, canela, cardamono. A terra também precisa de carboidratos, que podem ser encontrados nos cereais, feijões, tubérculos, raízes, bulbos, frutas. Além disso, cebola, abóbora, nabo, beterraba, maxixe, inhame e outros vegetais redondos, seriam essências para favorecer o movimento terra. Queijos frescos ou amarelos, desde que usados com moderação, para não ser conflitante com o item 1 (evitar excesso de proteínas, desfavorecendo o elemento madeira). Entre as frutas, destacam-se a maçã, o mamão, a laranja lima e outras frutas amarelas, bem chupadas e mastigadas, nunca em sucos. Os chás de camomila, erva-doce, Artemísia, erva-cidreira, capim limão, grãos de cevada torrada e moída também são aconselhados (in Hirsch, 2003, 32)

4) Por estarmos no outono, quase inverno, sugeriria escolher, entre esses alimentos, os que apresentassem natureza fresca e fria, além dos neutros.

Estas seriam, de modo geral, as recomendações em relação aos cuidados alimentares ligados ao estudo dos cinco movimentos. E encerramos, deste modo, o estudo de caso de Joana.

3. RESULTADOS

Os estudos de caso, aqui apresentados, baseiam-se fundamentalmente em desequilíbrios dos meridianos do pulmão e do fígado, principalmente. Estas características, no entanto, não torna homogênea a descrição dos casos, provando que, na prática, cabe ao terapeuta saber ter uma visão holística levando em consideração a individualidade de cada cliente em suas manifestações. Cada ser humano, de acordo com a busca pelo autoconhecimento, tem características muito peculiares, demonstrando que, mesmo que os desequilíbrios possam estar localizados nos mesmos pontos, o que importa ao terapeuta é a forma com que cada um se coloca diante do mundo e de suas próprias dificuldades.

Neste trabalho particular, observamos que nossas potencialidades para interpretação foram mais agudas e evidentes no que se referia a Joana, tanto por sua abertura ao tratamento, seu esforço por mostrar-se ao terapeuta, quanto por sua aguda sensibilidade no que se refere ao próprio conhecimento, como podemos observar na apresentação dos subitens a seguir. Assim, cabe ressaltar que o sucesso da terapia está muito intimamente ligado à predisposição do cliente na busca de sua recuperação ou manutenção do equilíbrio energético

3.1. Maria

Segundo nossas reflexões, Maria encontra-se, ainda, em fase muito inicial de atendimento, pouco favorecendo, ainda, uma discussão consistente sobre o seu caso.

A cliente não tem muita consciência sobre as próprias limitações. Joga a responsabilidade de sua recuperação aos médicos e terapeuta holístico, como se lhe coubesse esperar que eles resolvam seu problema e a ela caber, somente, esperar que isso aconteça. Com raras exceções,em alguns momentos de atendimento, apesar das persistentes tentativas e conversas no decorrer das sessões terapêuticas, Maria parece não estar preparada para ouvir que o equilíbrio depende dela e não de fora, depende de um trabalho sobre si mesma de autoconhecimento. Fecha-se, retrai-se e, em conseqüência, o tratamento não atua de modo tão benéfico quanto tem sido com Joana.

Mesmo levando estas questões em consideração, é possível observar que Maria responde à terapia floral, embora ainda de forma muito sutil, com poucas respostas consistentes, poucas modificações em seu comportamento. Uma ou outra questão como a sua irritabilidade e a forma com que lida com as pessoas a sua volta, às vezes se faz sentir, mas, se modo geral, diz que passou a vida toda sendo uma pessoa e não pode mudar de uma hora para outra, como se isso estivesse sendo solicitado, o que não é verdadeiro. Esconde-se, portanto, muitas vezes, em sua idade para desculpar-se diante das próprias limitações em vez de olhar-se tal como é, diante do espelho de si mesma e buscar as razões que a levem a seu autoconhecimento.

É difícil, portanto, determinar objetivamente alguns resultados muito consistentes da análise de Maria. Seguem, no entanto, algumas anotações.

O desequilíbrio do metal atua consistentemente em seu sono. Dorme e quase sempre acorda às 3 horas da manhã, principalmente nas mudanças de tempo e, particularmente, nesta mudança de estação. O outono interfere diretamente no metal e Maria reflete isto em seu ritmo energético. Ao acordar, sente-se mal e quando sugerimos que procurasse evacuar para desobstruir o intestino grosso, neste horário da madrugada, realmente passou a dizer que sente algum alívio, o que confirma a atuação em parceria do pulmão com o intestino grosso. Mesmo assim, Maria sofre de insônia, invariavelmente neste período e só volta a dormir em torno das 5 da manhã, período em que termina a sensibilidade do pulmão.

Sob o ponto de vista emocional, vemos alguma modificação muito tênue, ainda, no que se refere à forma de observar as pessoas que a cercam e a si mesma, mas não há consistência na descrição de mudanças em seu tipo de comportamento, de modo geral.

Estes foram os resultados mais evidentes do estudo de caso de Maria.

No que diz respeito a outras características, como já afirmamos, discutir sobre as questões de Maria não é tão frutuoso nesta parte do trabalho, quanto discutir sobre as questões que envolvem os desequilíbrios energéticos apresentados por Joana, como poderemos observar no subitem, a seguir.

3.2. Joana

Parece-nos possível comprovar a hipótese de que Joana busca os elementos da terra (comer é seu maior prazer) para alimentar os dissabores do metal. Por outro lado, Joana irrita-se com facilidade, chegando a mudar significativamente a expressão de seu rosto ao relatar situações de sua indignação. Pelos cinco movimentos, o desequilíbrio do metal, pode estar dominando a madeira e provocando aí, seus desequilíbrios também. Uma outra observação fez-se sentir de modo bastante peculiar: quando Joana está muito irritada, não consegue dormir antes das 3 horas da manhã e, se insiste em deitar-se, irrita-se, tem de levantar-se novamente e buscar coisas para fazer, geralmente ver televisão, pois não consegue concentrar-se. O horário da vesícula é das 23 horas a 1 hora da manhã e o do fígado, de 1hora às 3horas. Seria apenas coincidência? Quando a tristeza ou a mágoa deixam o pano de fundo e aparecem com mais clareza, a insônia mostra-se de outra forma. Deita-se, dorme um pouco e acorda de madrugada. Aí, não consegue dormir quase até a manhã, quando deve levantar-se e, então, sente sono, outra vez. Seria coincidência ligar estas manifestações com o horário do pulmão e do intestino grosso (3 às 5 horas)? Outro fato que chama a atenção: se pudesse, Joana estaria sempre dormindo nas primeiras horas da manhã. Levanta-se a contragosto, quando é indispensável, por causa do trabalho. De modo geral, prefere dormir tarde e ficar na cama até o final da manhã. Seria absurda a ligação desses fatos com a preferência por contemplar o elemento terra em seu cotidiano? (comer é o prazer buscado por Joana).

Outro fato evidente é que Joana está sempre a postos com a terapia floral. Pergunta sobre a função de cada essência, busca conhecer as recomendações, mostrando que sente prazer em acompanhar sua própria evolução. Não esquece de tomar os florais, discute suas emoções, mostra-se feliz quando a mudança da essência reflete uma mudança em suas emoções, mesmo quando são fortes e provocam estados emocionais delicados. Atende ao que chama de "recreios do Rescue", em semanas que apresenta uma angústia que não consegue "dar conta" , como ela mesma diz, mas apressa-se a querer voltar aos florais "que mexem comigo", revelando sua inteira participação em seu processo de autoconhecimento.

Numa visão geral do quadro de Joana ressalta-se o principal aspecto de si mesma: Joana entrega-se à reflexão sobre si mesma e esta é a principal chave do sucesso de seu tratamento.

Sem dúvida, Joana é um excelente exemplo de estudo para demonstrar o sucesso da terapia floral.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados da pesquisa apontaram para o sucesso de uma terapia pautada nos Florais de Bach.

O estudo complementar dos cinco movimentos chineses mostrou como terapias ocidentais e orientais podem caminhar juntas como apoio à análise do terapeuta, tornando-se indispensáveis, passo a passo, na construção do quadro terapêutico e dando ao terapeuta o suporte necessário para a segurança em suas recomendações.

Em relação à descrição dos casos das clientes, no que se refere aos resultados, discussões específicas mostram que se enquadram na literatura, reagindo ao procedimento terapêutico de acordo com as descrições indicadas em cada essência, guardadas as devidas proporções no que se refere à postura de cada cliente diante de sua disposição em relação ao caminho do autoconhecimento.

Os autores pesquisados deram fundamentação bastante consistente ao estudo realizado, bem como suporte aos estudos de caso, não havendo fatores de discordância que pudessem opor procedimentos terapêuticos diversos. Pelo contrário, as terapias escolhidas como primária (terapia com florais) e secundária (estudo dos cinco movimentos chineses) justapuseram-se sem restrições e mostraram como ocidente e oriente podem inter-relacionar-se e se complementarem de modo harmônico e complementar, retratando a filosofia da terapia holística.

5. CONCLUSÕES

Este trabalho teve como finalidade apresentar possibilidades de descrever, analisar e cuidar de desequilíbrios energéticos, que é a forma pela qual a terapia holística busca entender, restaurar ou preservar a saúde e a qualidade de vida dos seres humanos, animais e plantas. Para alcançar este objetivo, buscou recursos de interpretação dessa visão de mundo e apresentou um estudo sobre a terapia com Florais de Bach e os cinco movimentos chineses, através de uma breve apresentação teórica e a descrição de dois estudos de caso.

Após a realização deste estudo teórico e prático, por um lado, reafirmamos a convicção de que a terapia holística apresenta-se como um dos principais caminhos para o autoconhecimento não só em termos de recuperação mas manutenção do equilíbrio interior. Por outro lado, estamos cientes de que apenas estamos no início do caminho de investigações e pesquisas e que há muito o que estudar para descrever este microcosmos maravilhoso que compõe cada ser humano, particular em si mesmo, com as mais diversas manifestações, mesmo que os desequilíbrios se localizem nos mesmos centros energéticos ou meridianos de dois ou mais clientes. Cada um, a sua maneira muito peculiar, caminha para o encontro consigo mesmo e cabe ao terapeuta holístico, atento a todas essas especificidades, estar pronto para ser um pesquisador em constante evolução e aperfeiçoamento, ciente de suas próprias limitações e aberto a novas conquistas e caminhos que possam ajudar primeiro a seu constante autoconhecimento e, em conseqüência, à conquista de poder exercer, cada vez melhor, a sua atuação como terapeuta.

Assim, este trabalho apenas aponta um caminho, na constante busca pela perfeição, repetindo as palavras já citadas de Bach (2201, 52), no decorrer deste trabalho (cf. cap. 1, p.9), que apresenta o terapeuta como aquele que deve estar motivado pela constante busca por um profundo estudo sobre a natureza humana, para uma grande percepção do puro e do perfeito, objetivando uma compreensão do estado divino do homem e o conhecimento de como assistir àqueles que sofrem, de modo que possam harmonizar a personalidade com a alma.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1.JUNG, C. et WILHELM, R. O segredo da flor de ouro.Petrópolis, Vozes, 11 ed., 2001.

1.VIEIRA FILHO, H. Curso de Terapia Floral de Bach, São Paulo, SINTE, 2004.
2.VIEIRA FILHO, H. Florais de Bach: uma visão mitológica, etimológica e arquetípica. São Paulo, Pensamento, 1994

1.HIRSCH, S. Manual do herói ou a filosofia chinesa na cozinha, Rio de Janeiro, Correcotia, 2003

1.WEIL, Pierre. Holística: uma nova visão e abordagem do real. São Paulo, Palas Athenas, 1990.


Pesquisa de textos na internet:
A filosofia e o pensamento de Edward Bach. Trechos extraídos do livro "A Terapia Floral - escritos selecionados de Edward Bach" , editora Ground, 1991.
http://www.geocities.com/regismesquita/ideias.html

Os Florais, a energia e a matéria:
http://www.geocities.com/regismesquita/energia.html




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1. INTRODUÇÃO

2. MATERIAL E METODOLOGIA

2.1. Instrumental teórico e dados

2.2. Fundamentação teórica

2.2.1. Aspectos gerais

2.2.2. Terapia floral

2.2.3. Os cinco movimentos chineses

2.3. Estudos de caso

3. RESULTADOS

3.1. Maria

3.2. Joana

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5. CONCLUSÕES

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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